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D. João V - O Magnânimo
D. JOÃO V - O MAGNÂNIMO
1689 – 1750
9 de dezembro de 1706 – 31 de julho de 1750
Nasceu em Lisboa, em 22 de outubro de 1689.
Filho de D. Pedro II e de sua segunda mulher, D. Maria Sofia. Deixou para a posteridade um extraordinário conjunto de séries monetárias, hoje considerado um dos mais importantes, belos e extraordinários da numismática a nível mundial.
Monarca absolutista e religioso, assumiu o trono em 9 de Dezembro de 1706, sendo coroado em 1º de Janeiro do ano seguinte. Construiu aquedutos, conventos, igrejas e palácios; impulsionou a indústria e foi um grande mecenas das artes e das letras. Seu reinado marcou o apogeu da numária brasileira, pela diversidade, riqueza e beleza das moedas cunhadas, particularmente aquelas em ouro.
Pela primeira vez na história monetária do Brasil, a moeda passou a ter estampada a efígie do soberano. Durante o seu governo, com o auge do ciclo do ouro, foi criada a Casa da Moeda de Vila Rica, instituída por Carta Régia de 19/3/1720, onde se cunhou o dobrão (Aviso de 22/3/1720), uma das maiores e mais pesadas moedas de ouro já circuladas no mundo.
No ano da última cunhagem dos dobrões, surgem as dobras, moedas que figuram entre os mais belos exemplares da coleção numismática. São grandes, belas, vistosas e imponentes, sendo as primeiras moedas brasileiras a carregar a efígie do soberano.
As dobras e seus respectivos submúltiplos (peça, meia peça, escudo, meio escudo e o quartinho) foram cunhadas na Bahia (estas entre as mais cobiçadas pelos numismatas, muito disputadas em leilões nacionais e internacionais), Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Uma série curiosa circulada no reinado de D. João V foi a de moedas de cobre de XL e XX réis, com o peso ainda inferior em 50%, mandada circular em Minas Gerais com a legenda AES VSIBVS APTIVS AURO informando à população que, para o uso, o cobre é mais adequado do que o ouro.
Variação nas Coroas
Coroa com 4 arcos, com pediculos
Coroa com 5 arcos, sem pedículos
Durante o reinado de D. João V foram postas em circulação moedas de cobre, nos valores XL, XX, X e V reis.
De 1715 a 1749 foram cunhadas em Lisboa (sem letra monetária) e na Casa da Moeda da Bahia (letra monetária B).
Nessa época, o ciclo do ouro se encontrava no seu auge, e em resposta a constantes reclamações da Colônia de que o reino absorvia praticamente todo o ouro extraído sem deixar espécie para giro, foi cunhada em Lisboa, uma série de dois valores (XL e XX reis) com a legenda AES USIBUS APTIUS AURO (O cobre é mais apropriado ao uso do que o ouro) informando a todos que para o uso, o cobre é mais adequado que o ouro .
Essas moedas, cunhadas para circular exclusivamente na Província de Minas Gerais, são fáceis de identificar. Além da data 1722, o escudo nacional localiza-se no reverso, encimando pela coroa, no lugar da Esfera Armilar, comum às outras emissões.
Existem variantes de coroa (4 arcos e 5 arcos, com e sem pedículos) nas moedas desse período, além das variantes PECVNIA e PECUNIA, nas cunhagens da Casa da Moeda da Bahia.
Não existem moedas brasileiras nacionais de cobre; ou são coloniais ou regionais (com peso e módulo reduzidos), destinadas a uma determinada região ou Província (o uso do termo PROVINCIAL, nesse caso, é também adequado); exceção feita às moedas cunhadas para o Maranhão que eram destinadas a essa região, cunhadas com mesmo peso e diâmetro das moedas coloniais de circulação geral.
XL Réis
Lisboa para Minas Gerais
2ª classe [Superfície: cunhagem descentralizada, elementos nítidos, mínimos defeitos na orla]
Anverso
ÆS VSIBVS APTIVS AVRO (O cobre é mais apropriado ao uso do que o ouro); XL entre florões verticais, circundado por grinalda de tulipas
Reverso
IOANNES.V.D.G.P.ET.BRASIL.REX.
Escudo português ladeado por florões e encimado poe coroa real. Coroa de 4 arcos
Detalhes ampliados: Na esquerda, detalhe da coroa com ganchos e a direita, coroa sem ganchos. As duas variantes possuem 41 tulipas
XX Réis
Cunhada em Lisboa
2ª classe [Superfície: cunhagem descentralizada com defeitos na orla
Anverso
IOANNES.V.D.G.P.ET.BRASIL.REX.Valor XX e data dentro de círculo de pérolas, encimado por coroa real
Reverso
PECVNIA.TOTVM.CIRCVMIT.ORBEM.Esfera armilar, sem letra monetária.
CIRCVMIT – SIRCVMIT
Gravador desconhecido. Moeda colonial à razão de 5 réis a oitava.
Perolagem:
1715: cruz embolada (44, 48, 49, 50, 51, 52 ou 55)
1718: cruz embolada (49, 50, 51 ou 52)
1719: cruz embolada (50, 51ou 52)
1729: cruz embolada (52 pérolas), cruz latina (52, 53 ou 55).
XX Réis
1º TIPO - DATA ENTRE PONTOS - Coroa de 5 arcos
1ª classe. Superfície: cunhagem centralizada, elementos nítidos, sem ranhuras do cunho.
Anverso
IOANNES.V.D.G.P.ET.BRASIL.REX.Valor XX e data dentro de círculo de pérolas, encimado por coroa real
Reverso
PECVNIA.TOTVM.CIRCVMIT.ORBEM.Esfera armilar, sem letra monetária.
XX Réis
2º TIPO - DATA ENTRE CRUZETAS - Coroa de 5 arcos
1ª classe. Superfície: cunhagem centralizada, elementos nítidos, sem ranhuras do cunho.
Anverso
IOANNES.V.D.G.P.ET.BRASIL.REX.
Valor XX e data dentro de círculo de pérolas, encimado por coroa real
Reverso
PECVNIA.TOTVM.CIRCVMIT.ORBEM.
Esfera armilar, sem letra monetária.
XX Réis
Lisboa para Minas Gerais
2ª classe. Superfície: cunhagem descentralizada e fraca, com algumas ranhuras.
Anverso
AES.VSIBVS.APTIVS AURO
Valor XX e florões dentro de grinalda de tulipas; data.
Reverso
IOANNES.V.D.G.P.ET.BRASIL.REX.
Escudo encimado por coroa, ladeado por florões.
XX Réis
Lisboa para o Maranhão - Coroa com 5 arcos
1ª classe. Superfície: cunhagem centralizada, elementos nítidos, sem marcas de ranhura do cunho.
Anverso
IOANNES.V.D.G.P.ET.BRASIL.REX.
Valor entre florões, data, círculo de pérolas, coroa.
Reverso
PECVNIA.TOTVM.CIRCVMIT.ORBEM.
Esfera armilar, sem letra monetária.
Gravador desconhecido. Moeda colonial à razão de 5 réis a oitava.
Coroa de 5 arcos – D. João V determinou a cunhagem de moedas coloniais de ouro, prata e cobre para circular exclusivamente no Estado do Maranhão e Grão-Pará, no total de oitenta contos de réis. Produzidas em 1749 pela Casa da Moeda de Lisboa (com exceção das moedas de ouro que são de diâmetro e peso inferiores), tinham as mesmas denominações e pesos das moedas cunhadas no Brasil. Seu uso, a princípio, não teve boa aceitação, uma vez que os valores dos salários e de todos os produtos estavam fixados em algodão e especiarias, confundindo a população acostumada às práticas de comércio nas regiões e províncias.
Perolagem: 45, 46 (PECVNIA, A sem traço), 47, 48 (legenda de rev. com pontos ou cruzetas)
XX Réis
Bahia - 1º TIPO - PECVNIA - Coroa de 4 arcos
1ª classe. Superfície: cunhagem centralizada, elementos nítidos, sem marcas de ranhura do cunho.
Anverso
IOANNES.V.D.G.P.ET.BRASIL.REX.
Valor entre florões, data, círculo de pérolas, coroa.
Reverso
PECVNIA.TOTVM.CIRCVMIT.ORBEM.
Esfera armilar, letra monetária B.
XX Réis
Bahia - 2º TIPO - PECUNIA - Coroa de 4 arcos
2ª classe. Superfície: cunhagem descentralizada e fraca com algumas ranhuras.
Anverso
IOANNES.V.D.G.P.ET.BRASIL.REX.
Valor entre florões, data, círculo de pérolas, coroa.
Reverso
PECUNIA.TOTVM.CIRCUMIT.ORBEM.
Esfera armilar, letra monetária B.
XX Réis
Bahia - 3º TIPO - PECVNIA - Coroa de 5 arcos
1ª classe. Superfície: cunhagem centralizada, elementos nítidos, sem marcas de ranhura do cunho.
Anverso
IOANNES . V . D .G . P . ET . BRASIL . REX.
Valor XX entre florões e data dentro de círculo de pérolas, encimado por coroa real
Reverso
PECUNIA.TOTVM.CIRCUMIT.ORBEM.
Esfera armilar, letra monetária B.
X Réis
Lisboa - Coroa de 4 arcos
1ª classe. Superfície: cunhagem centralizada, elementos nítidos, sem marcas de ranhura do cunho.
Anverso
IOANNES . V . D .G . P . ET . BRASIL . REX.
Valor entre florões e data dentro de círculo de pérolas, encimado por coroa real
Reverso
PECVNIA.TOTVM.CIRCVMIT.ORBEM.
Esfera armilar, sem letra monetária.
Gravador desconhecido. Moeda colonial cunhada à razão de 5 réis a oitava do cobre.
Coroa com 4 arcos (1715 a 1720).
Perolagem: Sem data (43 pérolas) / 1715 (41, 42 ou 43) / 1718 (43 ou 44) / 1719 (40, 41, 42, 43, 44, 45, 46) / 1720 (42 pérolas) / 1715 JOANNES, A sem traço (42 pérolas) / 1715 PECVNIAT.OTUM (43 pérolas).
X Réis
1º TIPO - DATA ENTRE PONTOS* - Coroa de 5 arcos
1ª classe. Superfície: cunhagem centralizada, elementos nítidos, sem marcas de ranhura do cunho.
Anverso
IOANNES . V . D .G . P . ET . BRASIL . REX.
Valor entre florões, data, círculo de pérolas, coroa de 5 arcos sem pedículo.
Reverso
PECVNIA.TOTVM.CIRCVMIT.ORBEM.
Esfera armilar, sem letra monetária.
Gravador desconhecido. Moeda colonial à razão de 5 réis a oitava. Coroa de 5 arcos, sem pedículos.
* Só existe a variante de 1º tipo (data entre pontos); não existe a variante de 2º tipo (data entre cruzetas). A data 1735 entre cruzetas é falsa.
Nota: As moedas com as datas 1735 (46 pérolas) e 1736 (45 pérolas), que não apresentam ponto antes da data, não são consideradas variantes. Tratam-se apenas de moedas em que o ponto ficou obscuro devido à pressão exercida na cunhagem, fazendo com que parte do zodíaco interfira na visibilidade do ponto.
X Réis
Lisboa para o Maranhão - Coroa de 5 arcos
1ª classe. Superfície: cunhagem centralizada, elementos nítidos, sem marcas de ranhura do cunho.
Anverso
IOANNES . V . D .G . P . ET . BRASIL . REX.
Valor X entre florões verticais e data dentro de círculo de pérolas, encimado pela coroa real.
Reverso
PECVNIA.TOTVM.CIRCVMIT.ORBEM.
Esfera armilar, sem letra monetária.
Gravador desconhecido. Moeda colonial fabricada à razão de 5 réis a oitava de cobre. Coroa de 5 arcos, sem pedículos.
Perolagem: 41, 42, 44 ou 46 pérolas.
Apesar de grande quantidade de exemplares oferecidos no mercado e presentes em coleções particulares, são muito raras em estado de conservação superior MBC. Acima de soberbo, são consideradas “muito raras”.
X Réis
Bahia - 1º TIPO - PECVNIA - Coroa de 4 arcos
1ª classe. Superfície: cunhagem centralizada, elementos nítidos, sem marcas de ranhura do cunho.
Anverso
IOANNES . V . D .G . P . ET . BRASIL . REX.
Valor X entre florões verticais e data dentro de círculo de pérolas, encimado pela coroa real.
Reverso
PECVNIA.TOTVM.CIRCVMIT.ORBEM.
Esfera armilar, letra monetária B.
Gravador desconhecido. Coroa de 4 arcos, com pedículos. Moeda colonial para circulação local, cunhada na Casa da Moeda da Bahia à razão de 5 réis a oitava de cobre. .
Perolagem: 1729 (46, 49, ou 50) / 1730 (45, 46, 47, 48, 49 ou 50) / 1731 (48 ou 49 pérolas, ambas raríssimas).
X Réis
Bahia - 2º TIPO - PECUNIA - Coroa de 4 arcos
1ª classe. Superfície: cunhagem centralizada, elementos nítidos, sem marcas de ranhura do cunho.
Anverso
IOANNES . V . D .G . P . ET . BRASIL . REX.
Valor X entre florões e data, dentro de círculo de pérolas; coroa de 4 arcos.
Reverso
PECUNIA.TOTUM.CIRCUMIT.ORBEM.
Esfera armilar, letra monetária B.
Gravador desconhecido. Coroa de 4 arcos, com pedículos. Moeda colonial à razão de 5 réis a oitava de cobre. .
Perolagem: 1730 (45, 47, 48 ou 49) / 1731 (46, 47, 48, 49, 50 ou 51) / 1732 (49, 50 ou 51).
X Réis
Bahia - 3º TIPO - PECVNIA - Coroa de 5 arcos
2ª classe. Superfície: cunhagem descentralizada e fraca.
Anverso
IOANNES . V . D .G . P . ET . BRASIL . REX.
Valor X entre florões e data, dentro de círculo de pérolas; coroa de 5 arcos.
Reverso
PECVNIA.TOTVM.CIRCVMIT.ORBEM.
Esfera armilar, letra monetária B.
Gravador desconhecido. Coroa de 5 arcos, sem pedículos. Moeda colonial cunhada na Casa da Moeda da Bahia, à razão de 5 réis a oitava de cobre. .
Perolagem: 1747 (52, 55, 56 ou 57) / 1748 (56, 58, 59 ou 60).
Nota: CIRCVMITORBEM 1747 (52 pérolas; 1748 (56 pérolas).
V Réis
Lisboa para o Maranhão - Coroa de 5 arcos
1ª classe. Superfície: cunhagem centralizada, elementos nítidos, sem marcas de ranhura do cunho.
Anverso
IOANNES . V . D .G . P . ET . BRASIL . REX.
Valor V entre florões e data, dentro de círculo de pérolas, encimado pela coroa real.
Reverso
PECVNIA.TOTVM.CIRCVMIT.ORBEM.
Esfera armilar, sem letra monetária.
Gravador desconhecido. Moeda colonial à razão de 5 réis a oitava de cobre. .
Perolagem: 38, 39 ou 40 pérolas